quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O SENHOR DOS ANÉIS - O RETORNO DO REI (2003)


































































O cinema fantástico tem sido povoado nos últimos anos por uma série de enormes sagas apresentando argumentos complexos que fizeram história no gênero, seja pela imensa popularidade obtida, ou pelas enormes franquias criadas com impressionante lucratividade, ou ainda pelos fascinantes momentos de puro entretenimento com histórias povoando nosso imaginário com os mais variados mundos de fantasia.Star Wars”, “Star Trek”, “Matrix”, “Harry Potter” e principalmente “O Senhor dos Anéis”, são exemplos de universos ficcionais extremamente ricos em detalhes e que com o auxílio da moderna tecnologia dos efeitos especiais, conseguiram levar para as telas do cinema suas propostas de diversão criando com realismo seus mundos alternativos.

O escritor Tolkien, autor de “O Senhor dos Anéis”, certamente não imaginaria que seu fascinante universo ficcional um dia fosse transformado com grande fidelidade e respeito em uma saga cinematográfica grandiosa, e com uma produção caprichada, meio século depois de seu lançamento. E esse feito tornou-se realidade graças ao cineasta Peter Jackson, que dirigiu e escreveu o roteiro dos três filmes que juntos totalizam quase dez horas de entretenimento. A trilogia é composta por A Sociedade do Anel” (2001), “As Duas Torres” (02) e “ O Retorno do Rei” (03), sendo que este último entrou em cartaz nos cinemas brasileiros em 25/12/03 (e nos EUA no dia 17), com o subtítulo referindo-se ao personagem Aragorn e a especulação sobre sua decisão em aceitar o desafio de ser o rei de Gondor.

Depois de muitos anos do hobbit Bilbo Baggins ter encontrado o misterioso anel, que foi perdido das mãos de uma outra criatura estranha que um dia também foi um hobbit, Sméagol / Gollum, e apresentava uma dupla personalidade pela influência maléfica do anel, ele repassou o poderoso artefato para seu sobrinho Frodo, que recebe então a missão de destruí-lo no mesmo local onde foi criado. Para isso, Frodo tem que rumar numa jornada perigosa até Mordor, tendo ao seu lado para ajudá-lo um grupo de guerreiros formado principalmente pelo humano gondoriano Aragorn, o elfo Legolas, o anão Gimli, o mago Gandalf, o Branco (também chamado de Mithrandir pelos homens de Gondor), e por seu leal amigo hobbit Sam, sempre ao seu lado. Após uma série de eventos ocorridos nos dois primeiros filmes, a história do terceiro e último episódio da trilogia, O Retorno do Rei”, inicia mostrando rapidamente em flashback como Sméagol / Gollum toma posse do Um Anel, encontrado no fundo de um lago, após umconfronto mortal com seu amigo Deagol (Thomas Robins), já demonstrando as influências negativas exercidas pelo objeto precioso. Enquanto momentaneamente Sauron pensa que o anel está com Pippin, depois de um contato entre eles através do Palantir, uma esfera mágica que havia sido perdida por Saruman na derrota em Isengard, as ações se voltam novamente para a jornada de Frodo, acompanhado de Sam e tendo como guia o traiçoeiro Sméagol / Gollum, rumo à sombria Mordor para destruir o anel no fogo da Montanha da Perdição, atravessando caminhos tortuosos como a Passagem de Cirith Ungol e enfrentando uma série de perigos tendo como ápice um confronto com Laracna, uma terrível aranha gigante carnívora, obrigando-os a se protegerem utilizando a poderosa Luz de Earendil, um presente de Galadriel.
Enquanto isso, Sauron está reunindo um imenso exército de orcs e outras criaturas, entre enormes trolls e os cavaleiros negros Nazgûl, cavalgando terríveis criaturas aladas, as bestas cruéis, e depois de tomarem a cidade de Osgiliath, eles partem para atacar Minas Tirith, a capital do reino de Gondor, governado provisoriamente pelo insano Regente Denethor (John Noble), pai de Faramir, numa batalha sangrenta de proporções colossais nos Campos de Pelennor. Nessa guerra brutal, Gondor é ajudado pelos soldados rohirrim do reino de Rohan, liderados pelo Rei Théoden e sua bela sobrinha Éowyn, além também de contar com a bravura de Aragorn, Legolas e Gimli. Aliás, Aragorn finalmente aceita o desafio de assumir sua posição de Rei de Gondor e atravessa o caminho para Dimholt entrando no interior de Dwimorberg, a Montanha Assombrada, para convocar o imenso Exército dos Mortos para lutar ao seu lado contra Sauron. Um acordo é feito com o Rei dos Mortos (Paul Norell), livrando-os de uma maldição antiga, e eles têm uma participação decisiva para os rumos do confronto em Minas Tirith. Após a batalha nos Campos de Pelennor, os exércitos restantes de homens, liderados por Aragorn, se dirigem para os imensos Portões Negros de Mordor, guardados por um batalhão de milhares de orcs, enquanto Frodo e Sam atravessam a planície de Gorgoroth para tentar destruir o Um Anel nas entranhas da Montanha da Perdição, culminando no final de sua tortuosa jornada de treze meses, num decisivo confronto contra as forças maléficas de Sauron.
O Retorno do Rei mantém o mesmo alto nível de qualidade dos dois filmes anteriores, destacando-se também pelas belíssimas paisagens da Nova Zelândia e pelas violentas cenas de batalhas. Assim como a guerra no Abismo de Helm emAs Duas Torres”, o confronto dos orcs contra o reino de Gondor nos Campos de Pelennor nesse terceiro episódio foi certamente o ápice das três horas e vinte minutos de filme. Se a batalha no Abismo de Helm, numa tenebrosa noite chuvosa, com o exército de aproximadamente dez mil orcs e uruks-hai, tinha proporções extremamente grandiosas, imaginem então o conflito colossal nos Campos de Pelennor, com o exército de Sauron composto por cerca de duzentos mil soldados. Essa seqüência de guerra, juntamente com a já citada batalha no Abismo de Helm, e mais a invasão dos insetos alienígenas contra os humanos encurralados no Forte Whiskey em Tropas Estelares” (97), e o massacre dos soldados aliados na abertura de “O Resgate do Soldado Ryan” (98), ao desembarcarem numa praia na costa da Normandia durante a Segunda Guerra Mundial, podem ser consideradas como algumas das mais significativas cenas de guerra da história do cinema, constituindo-se de exemplos de grande realismo do que mais próximo poderia ser o horror de um campo de batalha. Eu diria até que a batalha nos Campos de Pelennor é a mais impressionante que tive a oportunidade de ver no cinema. E minha opinião vai de encontro a uma declaração do ator Karl Urban (o rohirrim Éomer), que revelou que considera essa batalha como o maior ataque de cavalaria da história do cinema.
O que a saga “O Senhor dos Anéis” tem de mais fascinante em todo o seu complexo universo ficcional são as criaturas bizarras que representam os sombrios elementos de horror presentes na história, como os orcs e uruks-hai, seres criados especialmente para a guerra; sem contar os terríveis cavaleiros negros Nazgûl que cavalgam monstros alados (as bestas cruéis); os demônios balrogs; o Pântano dos Mortos (onde repousam os fantasmas atormentados dos soldados mortos nas guerras); os enormes trolls e olifantes (criaturas imensas similares a elefantes, que carregam torres transportando os soldados de Harad); o Exército dos Mortos (que para se livrarem de uma maldição antiga, lutaram a favor do reino de Gondor); a mortal aranha gigante Laracna; e outras criaturas mais. Mesmo o filme merecendo cinco estrelas em sua avaliação, algumas situações não agradaram plenamente como o fato de o mago Saruman, derrotado no filme anterior em sua Torre em Isengard, não ter aparecido nem numa pequena ponta (algumas informações revelam que ele aparece em cenas apenas disponíveis na versão estendida do filme em DVD). Como admirador do ator Christopher Lee não pude esconder a decepção, apesar de que para o filme sua ausência não trouxe nenhum inconveniente. Uma outra seqüência forçada demais foi quando o elfo Legolas consegue derrubar um imenso olifante na batalha do reino de Gondor, demonstrando algumas habilidades exageradas com resultados pouco convincentes. A forma como a bela Éowyn decepa facilmente a cabeça de uma besta cruel também é difícil de se aceitar, independente da fidelidade com o livro, principalmente depois que o Rei Feiticeiro de Angmar, o Senhor dos Nazgûl, o mais perigoso dos nove espectros do anel e que vive em Minas Morgul, ainda diz para ela como um alerta com sua voz gutural, no momento em que a mulher tentava defender seu tio ferido, o Rei Théoden: “Não fique entre um Nazgûl e sua presa”. Como nenhum homem pode matá-lo, a tarefa ficou para Éowyn, uma mulher. E ainda tiveram também muitas outras cenas carregadas de um sentimentalismo que contrasta demais com a violência das batalhas e o próprio clima sombrio que envolve toda a Terra-média em guerra. Mas tudo isso é compreensível pela idéia em capturar a essência do livro de Tolkien. Analisando os três filmes dessa fantástica saga cinematográfica, fica muito difícil escolher qual é o melhor, pois toda a trilogia possui um nível de qualidade muito próximo.

Curiosamente, a saga “O Senhor dos Anéis” teve anteriormente duas outras adaptações em filmes de animação. A primeira foi com “The Hobbit” em 1977, e depois no ano seguinte foi lançado “The Lord of the Rings” . E com a trilogia de Peter Jackson, a história de Tolkien está definitivamente adaptada para o cinema, devendo ser apreciada eternamente, pois agora os filmes pertencem aos fãs. O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei foi vencedor de 11 Oscar 2003, nas categorias “Filme”, “Diretor”, “Direção de Arte”, “Efeitos Visuais”, “Roteiro Adaptado”, “Edição”, “Figurino”, “Maquiagem”, “Som”, “Trilha Sonora”, e “Canção”. O projeto seguinte do diretor Peter Jackson também é igualmente grandioso e foi lançado nos cinemas brasileiros em 16/12/05. Trata-se de uma nova versão para King Kong, o famoso macaco gigante que anteriormente foi tema de um filme clássico em preto e branco produzido em 1933, e que teve uma refilmagem inferior em 1976 com uma desnecessária continuação dez anos depois, ambas dirigidas por John Guillermin.







Gêneros: Aventura, Fantasia, Épico
Duração: 201min
Origem: EUA
Estréia:
EUA - 17 de dezembro de 2003
Estréia:
Brasil - 25 de dezembro de 2003
Estúdio: New Line Cinema
Direção:
Peter Jackson
Roteiro: Frances Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson, J.R.R. Tolkien
Produção: Peter Jackson, Barrie M. Osborne, Frances Walsh
  • Elenco:
Elijah Wood .... Frodo Bolseiro

Ian McKellen .... Gandalf

Viggo Mortensen .... Aragorn

Sean Astin .... Sam

Alexandra Astin .... Elanor Gamgee

Noel Appleby .... Everard Proudfoot

John Bach .... Madril

Sean Bean .... Boromir

Cate Blanchett .... Galadriel

Orlando Bloom .... Legolas

Bernard Hill .... Theoden

Ian Holm .... Bilbo Bolseiro

Bruce Hopkins .... Gamling

Ian Hughes .... Irolas

Lawrence Makoare .... Rei Branco / Gothmog

Sarah McLeod .... Rosie Cotton

Dominic Monaghan .... Merry

John Noble .... Denethor

Paul Norell .... Rei dos mortos

Miranda Otto .... Eowyn

Bruce Phillips .... Grimbold

John Rhys-Davies .... Gimli

Thomas Robins .... Deagol

Andy Serkins .... Gollum / Smeagol

Harry Sinclair .... Isildur

Liv Tyler .... Arwen

Karl Urban .... Eomer

Hugo Weaving .... Elrond

David Wenham .... Faramir

Billy Boyd .... Pippin

Sadwyn Brophy .... Eldarion

Alistair Browning .... Damrod

Marton Csokas....Celeborn

Alan Howard .... Anel (voz)
  • NOTA: 10,0

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