quinta-feira, 1 de abril de 2010

BEN-HUR (1959)



Grandiosidade. Esta é a palavra que resume os números megalomaníacos do épico “Ben-Hur”, superprodução dirigida por William Wyler e estrelada por Charlton Heston, que utilizou milhares de figurantes em aproximadamente trezentas locações, felizmente, para contar uma bela estória de forma bastante competente. Com cores vivas e um visual deslumbrante, o longa narra a trajetória de um jovem judaico que vive uma verdadeira odisséia na Judéia dominada por romanos nos tempos de Jesus Cristo – que, aliás, cruza seu caminho em momentos cruciais de sua vida.



O príncipe judeu Judah Ben-Hur vive com sua família na Judéia, na época em que Jesus começa a ser conhecido por sua pregações. Seu amigo de infância, Messala, é agora um ambicioso tribuno romano. Quando Ben-Hur se recusa a denunciar outros judeus para desarticular uma possível revolta contra os romanos, Messala aproveita a primeira oportunidade para se vingar de seu antigo amigo.Um acidente durante a visita do novo governador da Judéia faz com que pese sobre ele a acusação de responsável pelo atentado. Assim, apesar de inocente, Ben-Hur é condenado às galés, enquanto sua mãe, Miriam, e sua irmã, Tirzah, são presas e enviadas às masmorras pelo próprio Messala.Uma vez nas galés, ele salva o comandante da esquadra, Quintus Arrius, o qual, como prova de gratidão, o adota como filho e lhe dá pleno controle sobre o estábulo de cavalos de corrida.Ao retornar a Judéia, agora como cidadão romano, Ben-Hur parte em busca de sua família e é informado que todos estão mortos.Desafia, então, Messala para uma corrida de bigas. Durante a corrida, Messala acidenta-se ao tentar atingir Ben-Hur com o chicote, caindo de sua biga e sendo pisoteado pelos cavalos. Ben-Hur vence. Antes de morrer, porém, Messala revela o verdadeiro paradeiro de sua família - o vale dos leprosos. Depois da morte de Messala, Ben-Hur depara-se com seu grande desafio: perdoar.


"Ben-Hur" é, sem dúvida, o maior Épico bíblico de todos os tempos. Realizado pelo cineasta William Wyler, o filme narra a história de um rico príncipe judeu, que viveu na época de Cristo e que, injustamente, foi acusado de ter cometido um atentado contra um governador romano.Partindo de um ótimo roteiro, Wyler realiza um magnífico trabalho que fala de ambição, traição, vingança, bondade, amor e perdão. O valor dramático é fantástico e a história é cativante, o que faz com que as 3:40horas de projeção passem sem ser notadas.








São inúmeros os grandes momentos do filme como, por exemplo, a antológica seqüência da corrida de bigas.Para um filme que ganhou 11 Oscars da Academia de Hollywood e foi indicado a uma 12ª estatueta, é desnecessário dizer quão perfeito ele é em praticamente todos os quesitos.









Nosso herói, Judah Ben-Hur (Charlton Heston) é contemporâneo de Jesus Cristo. Preservava uma antiga amizade com um agora General Romano, Messala (Stephen Boyd), que procura seu apoio para dominar o sempre inquieto povo judeu.










Amigavelmente nega e em troca é castigado, como exemplo aos demais. Em desgraça, é condenado às galés. Em uma batalha naval, salva a vida de um Cônsul, Quintus Arrius (Jack Hawkins – um de meus atores favoritos) e em troca é adotado por este. Com prestígio, retorna à Judéia e lá reencontra seu ex-ex-amigo de infância (a repetição é proposital). Messala é desafiado em uma corrida de bigas, na qual é especialista: Messala contra Judah. E aí...





Reencontra também Jesus, e num gesto de piedade, retribui o favor de anos atrás. Sua provação é recompensada: reencontra, por fim, sua amiga/noiva, a mãe e a irmã – a família novamente é reunida. E Nosso Senhor cumpre sua sina.









Agora os superlativos: a trilha sonora de Miklós Rózsa, principalmente na batalha das galés (antes, durante e depois) – o ritmo das batidas do marcador para com os remadores integra a trilha sonora – fantástico; a corrida de bigas (que lembra muito um certo Episódio I de uma certa trilogia de um certo diretor - em tudo inferior ao filme de Willian Wyler). A suposta relação homossexual entre Messala e Judah, muito comentada pela crítica, mas sempre analisada superficialmente, também poderia se estender a este com Quintus Arrius – muito comum naquela época.









Fotografia excelente, roteiro excelente, direção excelente, que mais falta?









Ficha Técnica:

Gênero: Drama, Épico
Direção: William Wyler
Roteiro: Karl Tunberg
Produção: Sam Zimbalist
Design Produção: Vittorio Valentini
Música Original: Miklós Rózsa
Fotografia: Robert Surtees
Edição: Ralph E. Winters, John D. Dunning
Direção de Arte: William A. Horning, Edward C. Carfagno
Figurino: Elizabeth Haffenden
Guarda-Roupa: Jack Martell
Maquiagem: Charles E. Parker
Efeitos Sonoros: Franklin Milton, Milo B. Lory, Sash Fisher e outros
Efeitos Especiais: A. Arnold Gillespie, Lee LeBlanc, Robert R. Hoag
Efeitos Visuais: Robert MacDonald, Matthew Yuricich
Pais: Estados Unidos








Elenco:

Charlton Heston Judah Ben-Hur
Jack Hawkins Quintus Arrius
Haya Harareet Esther
Stephen Boyd Messala
Hugh Griffith Xeque Ilderim
Martha Scott Miriam
Cathy O'Donnell Tirzah
Sam Jaffe Simonides
Finlay Currie Baltazar
Frank Thring Pôncio Pilatos
Marina Berti Flávia
Enzo Fiermonte Oficial da Galé
Richard Hale Gaspar
André Morell Sextus
Terence Longdon Drusus
George Relph Tibério César
Hugh Billingsley Mário
Giuliano Gemma Romano
Claude Heater Jesus
Noel Sheldon Centurião








Oscar de Melhor Fotografia
Oscar de Melhor Filme
Oscar de Melhor Direção (William Wyler)
Oscar de Melhor Ator (Charlton Heston)
Oscar de Melhor Ator Coadjuvante (Hugh Griffith)
Oscar de Melhor Direção de Arte
Oscar de Melhor Edição
Oscar de Melhor Figurino
Oscar de Melhores Efeitos Sonoros
Oscar de Melhores Efeitos Especiais
Oscar de Melhor Trilha Sonora de um Musical







Indicações:

Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA
Oscar de Melhor Roteiro Adaptado
Prêmios Globo de Ouro, EUA
Prêmio de Melhor Ator em um Drama (Charlton Heston)