A segunda parte de "O albergue" segue a mesma linha do primeiro filme. Começa, inclusive, com um dos personagens do anterior. Agora a principal diferença é em relação às novas vítimas. Agora são garotas que são levadas para o albergue na Eslováquia seduzidas pelos festivais noturnos e spas com relaxantes águas termais. Para quem quer relaxar, a proposta parece realmente tentadora.
O que nenhuma desconfia é o maligno plano que se esconde por trás da pousada. As meninas não fazem idéia que correm risco de perderem a vida por causa do obscuro comércio estabelecido no local. Uma velha fábrica serve de palco para terríveis torturas e clientes riquíssimos pagam para poderem matar as pessoas. E na segunda parte tem a inteligente sacada de mostrar que acontece também pelo ponto de vista dos pagantes.
"O albergue 2" completa a história e Eli Roth conseguiu realizar a difícil tarefa de criar uma continuação com a mesma qualidade do original. A carnificina (característica que marcou e chocou o público) também está presente, embora seja menos escatológica. Uma das cenas, inclusive, mostra o que muitos filmes apenas insinuam e é simplesmente perturbador para a platéia masculina.
A parte do sexo não foi desprezada, com belas atrizes e novamente a intenção clara de demonstrar o prazer sexual que os sádicos sentem ao comprar a vida e o destino dos inocentes. "O albergue 2" é corajoso e não poupa nem crianças. E alimenta a paranóia que tudo pode acontecer num país diferente do seu. Mesma teoria aplicada em "Turistas", com a diferença que o terror se passa no nosso próprio país ou "Wolf Creek, viagem ao inferno", que se passa na Austrália.
Outro fator positivo desse filme é o de ser uma sequência coerente e real. Não é apenas mais uma história explorando o ambiente do filme anterior, e sim um evolução (pelo menos em termos de história) daquele filme, somando, agregando. O fato do filme gastar um bom tempo explorando o processo que leva uma pessoa comum (mas podre de rica) a viajar meio mundo para matar outra por pura diversão traz, como já foi comentado, uma nova e agradável perspectiva, fugindo um pouco do que seria o óbvio para a produção. Eu havia imaginado em uma sequência infindável de sangue, tripas e órgãos internos expostos. Eli Roth evitou isso e fez bem. As cenas de morte são poucas mas muito bem elaboradas (além de bizarras, mais que no primeiro filme), às vezes até evitando mostrar o óbvio.
FICHA TÉCNICA:
Diretor: Eli Roth
Elenco: Jay Hernandez, Roger Bart, Richard Burgi, Lauren German, Stanislav Ianevskil, Roman Janecka, Vera Jordanova, Milan Knazko, Heather Matarazzo, Bijou Phillips.
Produção: Chris Briggs, Mike Fleiss, Eli Roth
Roteiro: Eli Roth, Leigh Whannell
Fotografia: Milan Chadima
Trilha Sonora: Nathan Barr
Duração: 93 min.
Ano: 2007
País: EUA
Gênero: Terror
Distribuidora: Não definida
Classificação Indicativa: 18 anos
NOTA: 7,5